OS FABELMANS: Arte vs. Família

Há mais ou menos 12 anos, o pequenino William assistiu pela primeira vez um filme de Steven Spielberg: Jurassic Park. É indescritível a sensação, mas o pequeno William com certeza sabia, mesmo inconscientemente, que a partir daquele momento, o cinema faria parte da vida dele para sempre. Desde então, Steven Spielberg tem sido o artista que conquistou não só a minha mente e a minha imaginação, mas também o meu coração.

O amor no fim do tempo em Amour e Vortex

Amar é uma atividade repulsiva. Os filmes Amour (Michael Haneke, 2012) e Vortex (Gaspar Noé, 2021) apresentam, sob ópticas estéticas distintas, figurações do fim da vida e da progressiva dissolução subjetiva e corporal provocada pela velhice, pela doença e pela morte.

Tem que ser muito “homem” para assistir HOMEM COM H

As cenas de palco são batalhas, não espetáculos; cada performance, um soco no estômago do conservadorismo. As cenas de foda e sexo no meio do filme demonstram não só a época da liberdade sexual, mas a sexualidade em si de Ney Matogrosso, exposto na tela, que se fosse em 3D, talvez, pulássemos lá para foder também.

Agnès Varda: O Documentário Como Escrita de Si

Percussora da Nouvelle Vague, Agnès Varda é muito conhecida pelos seus filmes Cleo das 5 às 7 (1961), Uma Canta, a Outra Não (1976) e Os Renegados (1985). No âmbito dos filmes de ficção, ela já inovava no que se chamava cinema de autor. Acumulando funções na realização dos seus filmes, Agnès Varda muitas vezes foi produtora, roteirista, diretora e até montadora.

Ainda Estou Aqui (2024) no Google Trends: Se ver e ser visto

No sábado, dia 26 de abril de 2025, em um evento na Cinemateca de Curitiba, fui assistir meu amigo Giovanni Comodo ministrar uma mini aula sobre o cinema brasileiro da década de 1970. Em sua fala fui capturado por um momento no qual ele disse que assistir filmes brasileiros é olhar para si, um espelho no qual nós enquanto identidade brasileira nos encaramos e pensamos sobre o que vemos.

“O Desprezo”, de Jean-Luc Godard

Considerado um dos melhores filmes realizados por Godard no auge de sua carreira, sendo o sexto longa-metragem dos dezessete produzidos entre os anos de 1959 e 1968, O desprezo é um filme sobre o cinema: sobre as pessoas que fazem filmes, sobre aquilo que é projetado nas grandes telas dos cinemas e sobre aqueles que ocupam seus assentos para contemplarem a esses filmes. Indo além, o filme é sobre um casamento e sua ruína, entre marido e esposa, ou entre a arte francesa com seu capital nacional.

O Insuficiente avesso da libido em “Novitiate” (2017)

Na correnteza da crítica cultural, The Substance (Coralie Fargeat, 2024) e as performances de Margaret Qualley e Demi Moore geraram intermináveis comentários, nas mesmas proporções exaustivas do culto ao corpo jovem que o longa-metragem propunha de maneira ácida e extremada, visando à perturbação do/a espectador/a. São nesses momentos calorosos, de ápice da comoção pública, que muitos de nós se sentem convocados a fazer um pronunciamento.

“You”: O Espelho Sombrio da Sociedade Contemporânea

Se as narrativas contemporâneas refletem a evolução – e os desvios – da sociedade, You (2018-2024) surge como um thriller psicológico perturbadoramente catártico. A série, produzida pela Netflix e baseada nos livros de Caroline Kepnes, expõe com crueza as fissuras de nossa cultura, especialmente no que diz respeito ao amor, à obsessão e à violência romantizada.