CAIS (2025) – O TEMPO É TUDO, O TEMPO É

“O Tempo é o Senhor da existência”, declara um dos antigos, um dos personagens que ensina dúvidas à Safira Moreira sobre o que é a vida, a morte, o amor, o que foi, o que se é, e o que será. “Cais” (2025), segundo a própria diretora, após a sessão de exibição no 14º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, “gera mais perguntas que respostas”.

NOTAS SOBRE UM DESTERRO (2025) – FALE SOBRE A PALESTINA

“Fale sobre a Palestina”, foi a primeira frase que escutei de Gustavo Castro, diretor do documentário “Notas Sobre um Desterro” (2025), assim que cheguei na sessão durante o 14º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. Sua fala, acima de qualquer mensagem, tinha como objetivo nos incentivar a espalhar que há quase 80 anos (no mínimo) o povo palestino é vítima de um Apartheid por parte de “Israel”.

SALOMÉ (2024) – A ETÉREORIZAÇÃO DO TESÃO

A reimaginação recifense de Salomé é uma realidade autóctone e universal brasileira. A mãe religiosa, as fofocas das senhoras da rua, os conflitos familiares, as relações e afetos construídos em uma vivência queer, noturna, diária. Os elementos e ambientes banais, aos quais somos lançados e identificados por nossas próprias experiências, são configurados como relíquias para contemplação, lenta e demorada. O culto ao tesão rotineiro é expresso com o maravilhamento do supérfluo, isso é estar com tesão.

CLOUD (2024) – O MARKETPLACE, O RIDÍCULO E O ABSURDO DO CAPITAL DIGITAL

Antes de rodarem “Cloud”, foi passado no telão um vídeo do diretor para o público do evento. Em sua fala, destaca sobretudo a necessidade de pensar os absurdos do mundo atual, e a busca dele por fazer um filme com um nível de realidade na qual a moral é ambígua, e que, ao mesmo tempo, funcionasse como uma produção de entretenimento.

VLADIMIR CARVALHO: o protagonismo da marginalidade candanga

Embora o gentílico para os nascidos em Brasília seja “brasiliense”, o termo “candango” acabou por se tornar uma opção tão popular que muitas pessoas nem usam o primeiro, tornando-se uma segunda opção de adjetivo pátrio… Vladimir Carvalho, nome importante da cena documental nacional, ascendeu com um dos nomes do Cinema Novo, participando de produções em sua região. Mas o que um estabelecido documentarista paraibano tem a ver com a história do cinema brasiliense? Muita coisa!

SHAME E O MARTÍRIO DO PRAZER

São poucos os filmes que conseguem retratar tão bem um período ou uma época. Shame (2011) é um filme que aborda sem pudores algumas feridas da sociedade moderna, como a solidão, o individualismo, a busca pelo prazer e os vícios que chegam a provocar vergonha.

Código Preto

Para uma história que recorre à figura do espião, Código Preto (Black Bag, 2025, de Steven Soderbergh) dispõe de uma encenação manhosa. Afinal, entre os heróis possíveis, não existiria nenhum mais solitário.